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O que é e como funciona o método Dixon

por Alessandro Mazzola


"Como funciona o método Dixon e por que é melhor que FAT SAT e SPAIR em regiões difíceis como a coluna cervical e pescoço?"


Esta pergunta foi enviada na seção Pergunte ao MRIONLINE.


Primeiro, é preciso saber que os métodos que permitem uma separação das componentes de magnetização, baseados em seus desvios químicos, são chamados de métodos espectroscópicos ou métodos de desvio químico (Chemical Shift Imaging – CSI).


Assim, o método Dixon é uma técnica para obter imagens em separado de espécies espectroscópicas individuais (água e gordura), usando um limitado número de aquisições com diferentes tempos de eco (TE).



A habilidade de produzir imagens separadas da água e da gordura, mesmo na presença de inomogeneidades do campo magnético estático (B0), faz do método Dixon útil para supressão de gordura, supressão de água e análise de tecidos que possuam conteúdo lipídico, principalmente em equipamentos de menor valor de campo (0,2 ou 0,35T) onde a saturação espectral (fat sat) não é possível. 


O método original de Dixon (Dixon WT. Simple Proton Specroscopy Imaging. Radiology 1984; 153:189-194) mostrado em 1984 é chamado de Dixon 2 pontos (2PD). O número de pontos refere-se à quantidade de imagens com diferenças de fase água e gordura distinta que são adquiridas por corte. Devido às necessidades de aquisição, o método pode resultar em longos tempos de aquisição, portanto o uso de imagens paralelas reduz o tempo necessário.


Como é o processo?


O exame pelo método Dixon consiste em 2 séries spin eco ou gradiente eco.

A primeira série spin eco é convencional. A segunda série é idêntica à primeira, exceto pelo fato de que um pulso de inversão de 180° é deslocado por um tempo t, de forma que no centro do gradiente de leitura (kx=0) os sinais da água e da gordura possuam fases opostas. O valor de t depende do campo e da diferença de freqüência entre a água e a gordura.


Na série convencional, o sinal da água e da gordura estarão em fase, fazendo com que as intensidades individuais se somem. A segunda série, com as fases opostas, fornece imagens em que os sinais da água e da gordura estão subtraídos.


Através da combinação dos dois conjuntos de imagens, com uma técnica de pós-processamento adequada, o sinal da água e da gordura são separados. O resultado são imagens puras da água, e, portanto, com gordura suprimida, e imagens puras da gordura, ou seja, com a água suprimida.


Outro fato importante a ser mencionado é a questão do deslocamento em pixels que os sinais da água e da gordura sofrem devido ao desvio no valor de freqüência. Este efeito degrada a visualização de bordas nas imagens, piorando conforme aumenta o valor do campo magnético utilizado. Sendo assim, em equipamentos de baixo campo (0,2 ou 0,35T) é possível obter ótimas imagens com este método, pois não haverá influência prejudicial por este artefato.  


Além do mais, o fato do Dixon fornecer uma melhor anulação do sinal da gordura está ligado à sua menor susceptibilidade às variações locais do campo magnético, como também incorpora no processo de aquisição um mapeamento das inomogeneidades de campo.


Exemplo de erro de saturação da gordura em imagens da região cervical (e ainda com presença de metal) e nos limites do campo de visão numa imagem da coluna lombar.


Quando usar?


Dixon, portanto, é bastante recomendado em regiões com grandes variações de campo pelas estruturas envolvidas, como a região da cervical (ar, osso, tecido) e tornozelo, ombro e quadril, que também permitem imagens puras da água (sem sinal da gordura) altamente homogêneas.


Correção dos erros de saturação espectral da gordura (FAT SAT) com a utilização do método Dixon.

 

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